Maternidade e Trabalho

Há 17 anos, quando a Cris Mendes fundou a empresa que leva o seu sobrenome – Maia & Mendes – sua filha Ludmila nem tinha entrado na universidade ainda. O curso já estava escolhido, Comunicação Social, mas a segunda opção era Psicologia, profissão da mãe – curso que acabou entrando, se inscrevendo, mas não iniciou. Sobre esta vivência, ela conta:

“Lembro-me de estar com a minha mãe na secretaria de uma faculdade privada para fazer a inscrição no curso de Psicologia. Eu preenchi todos os documentos e ela pagou a primeira taxa, satisfeita porque a filha iria estudar na mesma instituição e no mesmo curso que o dela. Fomos embora caladas. Depois de algumas horas eu disse a ela que não ia fazer o curso. Eu queria mesmo era comunicação e em uma universidade pública. Acredito que ela tenha ficado um pouco decepcionada, mas me apoiou. E ainda pagou o cursinho para eu continuar a estudar para o vestibular”

Ludmila fez 4 anos do curso de Comunicação Social  – habilitação em Relações Públicas – e foi fazer mestrado e trabalhar em Portugal, o que lhe rendeu 5 anos morando fora, longe de casa e da família. Em 2014, quando decidiu retornar para o Brasil e para a casa da mãe, perceberam que fazia sentido as duas começarem a trabalhar juntas na Maia & Mendes. Cris lembra:

“Depois da minha formação como coachee, quando comecei atender clientes na área do Coaching, sentimos a necessidade de comunicar isso para o mercado de Londrina e região, além de renovar a imagem e a parte visual da empresa que já tinha 14 anos. Foi aí que entrou a Ludmila! Para contribuir com ideias e operacionalizar as mudanças. Criamos uma nova logomarca, uma nova identidade, o nosso site, além de novos materiais institucionais.”

Mãe e filha então passaram a trabalhar lado a lado no escritório. Além de morar na mesma casa, a partir dali iriam passar as horas laborais juntas. Ou seja, praticamente todas as horas do dia! Eram então líder e colaboradora, mas continuavam a ser mãe e filha. Neste contexto, despertou-se um novo tipo de relação entre as duas, um relacionamento saudável e produtivo, mas que nem sempre foi “um mar de rosas”. Houve momentos de conflito, adaptação e de negociação. As duas, inclusive, fizeram um contrato de relação, com alinhamento de expectativas e plano de ação, logo no inicio da nova fase. Diz a filha:

“Sentamos uma de frente para outra e falamos tudo o que esperavámos do trabalho e das ações da outra parte. Também foi um momento de feedback entre nós. Foi muito bom para entender o que minha mãe, agora minha chefe, estava à espera de mim e o que eu podia fazer pela empresa”

Mas mesmo com as dificuldades enfrentadas, Cris e Ludmila afirmam que a decisão de trabalharem juntas acrescentou muito para a empresa e para a relação. Gerou mais admiração, autoconhecimento e cumplicidade, além da sensação de compensar os cinco anos anteriores que passaram separadas fisicamente.

Estiveram juntas por 1 ano e 3 meses, quando a Ludmila – por razões pessoais – foi morar novamente na Europa. Mesmo com a distância, resolveram continuar com a parceria pois perceberam que formavam uma boa equipe! E assim continuam até hoje e com previsões de crescimento a cada dia que passa, sempre analisando a relação e se o profissional está de alguma forma interferindo no pessoal de ambas.

Mas como será que é trabalhar com a própria mãe? E como será que é trabalhar com uma filha?

Cristina e Ludmila respondem a esta pergunta nos depoimentos abaixo:

By | 2017-07-24T15:42:09+00:00 julho 24th, 2017|Sem categoria|0 Comments